Algumas coisas que aprendi em 2018

by Kanucha Barbosa

É clichê, mas fim de ano é sinônimo de olhar para trás e refletir um pouco. Para mim, 2018 foi carregado de acontecimentos GRANDES, que mudaram o curso da minha vida daqui para frente. Explicando: passei por uma cirurgia, me casei com direito à igreja, festa e lua de mel, fiquei grávida, mudei de área no emprego, comecei uma reforma em uma casa nova, coloquei no ar um projeto pessoal que estava na minha cabeça há alguns anos... E com tanta coisa, por mais que positivas, minha cabeça começou a dar tilt em muitos momentos. Mas no fim, obviamente, saí viva e, acredito eu, um pouco mais sábia. Aqui estão alguns aprendizados que foram bastante significativos para mim.



Falar “não” 


Pode parecer simples, mas ao longo dos meus 32 anos, sempre tive muita dificuldade em falar não para as pessoas. Gosto de agradar os outros, tendo a evitar conflitos e essa é uma combinação explosiva (ou melhor, implosiva) para mim. A verdade é que não aceitar algo que claramente vai te afetar negativamente é uma questão de se preservar. No passado, dizer “sim” para todas as demandas de trabalho, por exemplo, já me levou para uma sala de emergência com uma crise de ansiedade que me rendeu anos de remédios controlados. Em 2018, consegui dizer não para palpites de pessoas sobre o que fazer ou deixar de fazer na gravidez (menos os da minha médica), dizer não para um simples bolo de casamento, dizer não para dietas malucas que me deixariam uma noiva magrinha, dizer não para um chefe. E todos esses nãos me permitiram respirar profundamente em horas que, no passado, eu estaria sufocada, guardando tudo dentro de mim e sentindo o meu corpo me responder com alergias, dores nas costas, gripes, crises de amidalite – que era o que acontecia em geral.    



Controle, uma ilusão


O controle, ah... o controle. O negócio é que ele simplesmente não existe integralmente. E, para falar a verdade, eu já sabia disso há muito tempo, mas simplesmente preferia acreditar que, em algum nível, eu tinha controle das coisas. Sempre tive metas na carreira e, quando estava afim de mudar de emprego, fazia um plano de ação, seguia aquilo com precisão e dava tudo certo. No relacionamento amoroso? “Vamos casar em 2018, viajar para o Japão em 2019, e ter filhos em 2020”. #SQN. Dez dias antes do meu casamento, descobri que estava grávida, quando jurava que estava fazendo o teste apenas por desencargo de consciência, já que eu estava tomando pílula (mesmo esquecendo alguns dias, achava muito difícil aquele teste dar positivo). A partir dali, quase nada estava sob o meu controle. Na lua de mel, enjoei o tempo todo, aproveitei o que deu para aproveitar. Depois das 12 semanas, esperei o enjoo passar (muitas pessoas me diziam que durava só o primeiro trimestre) para colocar vários planos em ação, tipo voltar para a academia, mas ele continua até hoje, com 19 semanas de gravidez. O que eu posso fazer para mudar esta situação? Nada. Mas isso é pequeno diante dos medos que passaram (e passam) pela minha cabeça em relação à segurança e saúde do bebê. Mesmo que você faça o máximo que possa fazer – se alimente bem, tente ficar calma, se resguarde – muita coisa não depende de você e sim de uma força maior. E, a cada ultrassom, você vai acostumando com a ideia de que o curso daquela jornada (no caso, a gravidez) não está sob o seu controle, como muita coisa na vida.       


Autocuidado é fundamental 


Neste ano, muita gente falou sobre autocuidado. Uma palavrinha simples que ganhou um novo significado nos últimos tempos. A onda de autocuidado fez bem para muita gente, inclusive para mim. Cuidar da pele, do cabelo, da mente, do corpo são momentos que eu estava deixando cada vez mais de lado por conta da rotina acelerada que teima em nos deixar exaustos cada dia mais. Aprendi que é muito importante tirar um momento para si com certa frequência, seja fazendo um ritual de beleza ou acendendo uma vela com cheirinho bom e ficar de perna para cima lendo um livro.


Terapia é vida


Muita gente ao meu redor fala que “não acredita em terapia” (com a mesma vibe de quem fala que não acredita em duendes). Mas entendo que cada um tem seu tempo, suas batalhas e suas opiniões em relação a este assunto. E tudo bem. Conheci a minha atual terapeuta por indicação de uma amiga há pouco mais de um ano e ela foi essencial para que eu saísse da inércia em relação a alguns problemas. Hoje, vejo que não repito alguns comportamentos padrões que me faziam muito mal, mas ainda tenho muito o que melhorar. Acho que todos esses aprendizados se devem, em parte, ao empenho que eu tenho demonstrado em me manter na terapia (para mim é um esforço tanto pelo custo quanto pelo tempo que você separa toda semana para estar lá). Para quem não faz, recomendo! 

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