Os Benefícios do Journaling e Como Começar

Self-Talk

Nossa book writer, Maria Claudia Cassou, fala sobre o approach dela sobre journaling e como refletir sobre suas próprias ideias pode ser liberator..

Se você está buscando um texto que recomende a prática de journaling para aumentar a sua criatividade, melhorar o seu foco, dar um start produtivo no seu dia, esse texto não é para você.

Se você espera que eu recomende o journaling para organizar o seu dia-a-dia, para ajudar a hierarquizar as suas prioridades ou como um remédio milagroso para tudo que está empatando o seu desenvolvimento pessoal, esse texto também não é para você.

É muito provável que a prática de journaling (escrever regularmente sobre seus pensamentos, sentimentos e experiências) proporcione isso. Acredito realmente que ela o faça. Mas da minha experiência, eu só posso recomendar o journaling sob uma perspectiva: como a possibilidade de dialogar com os nossos silêncios. Como oportunidade única de ter uma conversa absolutamente crua e sincera com o nosso mundo interior. Inclusive a palavra “journaling" me causa uma certa antipatia. Fico com o bom e velho “diário”; acho mais intimista, pessoal e menos corporativo. 

Muitos dos cânones da literatura nos deixaram de presente seus diários. Páginas e páginas de seus pensamentos mais íntimos, completamente despidos de edição, censura ou revisão. O professor Paulo Nogueira tem um excelente vídeo no youtube onde ele comenta sobre alguns exemplos maravilhosos deste que é também um gênero literário. É o caso dos diários de Susan Sontag, Anaïs Nin e Virginia Woolf. Destes, eu li só os da Woolf, mas fiquei curiosíssima para saber mais da intimidade da Anaïs Nin.

Fato é que o diário é o espaço, por excelência, onde podemos entrar em contato com aquilo que há de mais íntimos em nós. Aquilo que, por vezes, nem nós sabemos que está lá. E não há que se ter inclinação para a escrita para começar um diário. Aí é que esta a beleza da coisa. A página em branco de um diário é completamente “judgement-free”, afinal de contas, se for a sua vontade, apenas você e mais ninguém terá acesso a seu conteúdo. Quer algo mais libertador? Desde que te seja respeitada a privacidade, você poderá colocar ali seus pensamentos mais secretos, suas reflexões mais irracionais, tudo o que você não se permite dizer em alto e bom som. Pensar com propósito sobre a sua vida, reclamar sem culpa, agradecer com intenção. É isso que a prática de manter um diário te trará de mais benéfico. Ver materializados sentimentos que tumultuam nosso espaço interior, é meio caminho andado para desenrolar aqueles novelos cheios de nós que carregamos por dentro.

Quanto a como começar, minha única dica é: seja realista e insistente. O diário deve servir a você e não você a ele. Se você só consegue reservar 30 minutos de uma quarta de manhã, depois de deixar as crianças na escola, é nisso que você deve se apegar. Pode parecer pouco,  irrelevante até, mas o importante é a consistência. Esqueça aquela historia de “ter-que-escrever-15-minutos-TODOS-OS-DIAS”. Se a coisa toda for pesar mais do que aliviar, já perdeu o propósito. O tempo pode ser curto, mas marque na agenda e esteja 100% presente, como se fosse a reunião mais importante da tua semana. Porque realmente é.

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