Sparks Joy: Traveling Like Marie Kondo

 Rosa em Portugal

Esses dias me peguei vendo a série da Marie Kondo no Netflix. Eu queria entender como eu ia sentir que tinha alegria naquela peça, até ouvi-la falar: “Pra sentir alegria vc tem que pegar algo que você gosta muito e então você entenderá a sensação que é o ‘sentir alegria’”. Eu só fui entender o que era uma peça que trazia alegria quando peguei uma blusa que usei numa viagem em um dos melhores dias da minha vida. Foi instantâneo: “Sparks Joy”, pensei.


Sabe, quando comecei a escrever textos para cá, me prometi que iria fazer algo diferente do que eu lia na internet. Não queria fazer roteiros sobre o que fazer em quatro dias em Paris ou o que fazer quando se tem 6h na Dubai. De algum jeito eu queria escrever e dar às pessoas uma nova perspectiva sobre o viajar, essa atividade movida pela curiosidade que de fato nos faz querer conhecer o mundo. Talvez esse tempo todo eu estivesse procurando, sem saber, que queria escrever sobre esse efeito que as viagens possuem, o de trazer alegria.


Talvez 99% dos guias indicarão que em Zakynthos, Grécia, vc deve ir à Navagio Beach, mas poucos mencionarão Porto Limnionas, meu lugar preferido na ilha. Talvez nem o Google te traga esse nome como resultado imediato associado à ilha. Ainda na Grécia, também não precisa ir àqueles bares badalados e festejar 24.7 em Mykonos só porque o destino é bastante conhecido pela party life. Se isso não te traz alegria, não coloque no seu roteiro.  Aliás, em Mykonos, por exemplo, você pode simplesmente ficar num restaurante maravilhoso chamado Kadena (ali em baixo no centrinho) comendo conserva de polvo no mel com pesto de beterraba e tomando um rosé bem geladinho. Assim mesmo, sem pressa, sem se forçar a nada, apenas apreciando a paisagem.


Meus amigos me entendem, sabem que viajar comigo inclui “uma busca por exemplares arquitetônicos”. Passando pelo Galta Gate em Jaipur até o 140 Maiden Lane (by Frank Lloyd Wright) em San Francisco, ou qualquer outro no caminho. Eu gosto disso, é algo que me chama a atenção. Além de arquiteturas inusitadas, também guardo com carinho as bibliotecas, livrarias e cafés que costumo visitar. Na China, por exemplo, ter descoberto a Book Worm, uma livraria super descolada que um amigo descobriu por meio de um blog, foi muito mais legal do que comer o tradicional Pato Laqueado (eu não gosto de pato), por conta das alegrias que a experiência me trouxe. Naquele momento pensei: “Nossa, que legal! Queria eu poder escrever sobre lugares assim, que não estão em guias mas que podem fazer alguém como eu feliz”.


O que quis dizer com esse texto hoje é que você pode descobrir suas próprias hidden gems. Ignore o guia, pergunte à amigos que te conhecem. Pergunte se nenhum amigo conhece um residente no destino, ou use ferramentas como o google em busca daquilo que te traz alegria. O Airbnb atualmente possui um tipo de serviço de experiências que está crescendo, seja um tour com um local ou uma aula diferenciada. Tenho uma amiga cuja experiência recente na Europa foi bem diferente das que estamos acostumados à ouvir falar. Ela se dedicou à fazer aulas em povoados locais, disse que aprendeu a fazer azeite em casa, também fez pão e outras delícias mais. Experiências únicas e que estavam de acordo com o perfil dela!


Esses dias estive em São Paulo e queria muito ir a um restaurante, mandei mensagem a uma amiga dizendo que gostaria de ir no local e ela retornou com um simples “Tá com muita vontade?”, teimosa que sou fui e descobri que não tinha alegria pra mim ali. Estava louca pra ir de tanta propaganda que vi e no final não tinha nada a ver comigo. Óbvio que às vezes vamos nos deparar com decepções também, mas acontece - como acontece com qualquer coisa na vida. Quando fui à Nova Orleans, uma amiga me passou um roteiro perfeito, com coisas fora do roteiro tradicional, e eu amei. Um outro amigo também deu dicas e disse: se sobrar tempo vá ao parque tal. Fomos mesmo sem saber se ia sobrar ou não e foi o ponto alto do final de semana. O importante é ir e tentar algo diferente sem se prender ao que todos fazem só porque o guia de viagem indicou. Lembre-se: roteiros tentam generalizar a experiência no local. Entre escolher ser só um turista e ser um viajante, escolha ser viajante, eles sabem aproveitar o destino como locais.  Aventure-se!


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