Sobre Bouquets de Noivas por uma Apaixonada por Casamentos

Lembro até hoje daquela manhã de sábado quando o Príncipe William e Kate se casaram… eu chorava tanto que quando cheguei na aula de francês, atrasada é claro, me perguntaram se alguém havia morrido, a verdade é que ninguém imaginava que eu havia parado no caminho para assistir à cerimônia.

Desde pequena, o meu momento preferido em um casamento era ver a noiva. Eu acreditava que existia uma mágica em ser noiva, talvez fosse mais especial do que ser uma princesa da Disney. Uma foto icônica da minha infância é a foto na qual estou de mãos dadas com minha prima no dia de seu casamento. Lembro como ansiei por aquele momento, tanto que meus olhos brilham nessa foto com a mesma intensidade de quem tirava uma foto com a própria Cinderella.

Cresci em um ambiente que respirava casamento e acredito que por isso carrego essa admiração comigo. Revistas, grinaldas e adereços existiam em grande quantidade na casa de vovó, pois esse era seu métier. Ela adorava contar sobre o que estava na moda, sobre a origem das coisas e as tradições, como a Rainha Victoria e a cor branca, ou Grace Kelly e seu vestido, que para ela era o mais lindo do mundo. Adorava dividir uma novidade, uma tradição diferente ou descobrir como as noivas se vestiam pelo mundo.

Lembro de uma ocasião quando fui jantar com minha família em um hotel onde estava acontecendo um casamento, eu era pequena e fiquei tão encantada com a noiva que o fotógrafo pediu que eu segurasse o seu bouquet. Era um daqueles enormes, estilo cascata que eu sempre via com a minha avó nas revistas. Existem muitas histórias sobre a origem do bouquet e a minha preferida data da Europa medieval, quando a noiva, ao percorrer o trajeto até a igreja, ganhava pequenos ramos de ervas que iriam protegê-la do mal olhado e afastar as más energias. Vista como uma pessoa de sorte, e possuidora de tanta proteção e energia positiva, o ato de repassar bouquet na verdade era visto como dividir aquela sorte com outra mulher. E eu já me sentia sortuda apenas por segurá-lo.

Recentemente fui a um dos casamentos mais lindos que vi. A noiva não jogou o bouquet, ao invés disso as convidadas escolheram fitas, que haviam sido cortadas e unidas em um ramo, para uma brincadeira até sobrar a última que no caso foi a minha. Naquele momento eu me senti de novo como a menininha segurando o bouquet para o fotógrafo, e na hora da foto os olhos brilhavam novamente só que dessa vez o simbolismo era muito maior. Eu fiquei tão surpresa que conseguia apenas sorrir. Enquanto a minha vez de jogar o bouquet não chega, meu coração segue feliz viajando por aí, assim como o da dona do bouquet fazia, sabendo que a minha caixinha está bem guardada na estante junto com a fitinha do bouquet que um dia será meu “something old” carregado de sorte para a próxima.

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